Não sou de me arriscar. Querendo superar os limites, topei um desafio: correr a quase 200 quilômetros por hora em um carro. Não sou fã de velocidade. Na verdade, 40 km/h já está bom para mim, mas não podia deixar essa tarefa de lado.
Acompanhada do colega que me propôs o desafio, Silvio Mauro da Auto Revista Ceará, me encaminhei, na manhã deste sábado (9), para o autódromo de Eusébio, onde acontecia o Track Day – evento realizado pela Mercedes Benz. A princípio, eu dirigiria o carro, mas pela força do acaso – e pela minha sorte – contei com ajuda do piloto da marca, Bruno Costa, que já realiza esse trabalho há dois anos.
Ao me deparar com o carro, já imaginei o que viria pela frente. Uma Mercedes-Benz ML 63 AMG branca, uma junção de 4×4 com esportivo. Para ter uma noção do que o carro pode fazer, um zero quilômetros custa cerca de R$ 300 mil.
Chegou a hora
Reparei que muita gente estava presente para sentir o gostinho de dirigir. “Vim só para matar o verme”, diziam. Ainda meio receosa, chegou a hora. Coloquei o capacete e sentei no banco do carona. Só duas pessoas podem estar dentro do veículo durante o percurso de cerca de três quilômetros.
O medo surgiu quando o piloto olhou para mim e, antes de começar de fato a correr, perguntou se estava tudo bem e se eu estava preparada. Claro que estava! Começou. Na primeira acelerada, meu coração pulou. Nunca tinha vivido aquilo, então, para mim era bem estranho.
Agarrada ao carro, percorri três voltas com tudo que tinha direito: aceleração, freio e muita curva. Durante a corrida, perguntei em qual velocidade estava. “A 170, agora 180[km/h]”, respondeu Bruno. Foi o um minuto e meio mais longo. Pensei que tivessem passado no mínimo 30 minutos. Quando estacionamos, eu estava tonta, com dor de cabeça e enjoada. Foi até difícil tirar o capacete.
Achei uma experiência incrível. Sempre é bom superar os limites. O curioso é que, ao voltar para a redação, tinha a impressão de que os carros no trânsito estavam muito lentos. Mera ilusão da adrenalina. A única dúvida que me incomodava era de pensar no porquê de alguns cearenses, nem todos, comprarem um carro que pode correr a 200 km/h se conformarem de ficar apenas nos 60km/h obrigatórios de Fortaleza. Acho que não terei resposta.